Por Fabrizio Gallas
Iain Smith, Head de Beach Tennis da ITF, visita Brasília pela segunda vez e acompanha de perto o Sand Series Classic, na Arena BRB. O sul-africano ficou impressionado com o que viu na quinta edição de um dos melhores eventos do mundo e destacou sua importância da competição como modelo para as demais.
“É meu primeiro ano aqui no Sand Series. Já estive no Sand Series Finals no ano passado, escutei muitas coisas boas sobre os últimos anos e conversando com os jogadores vejo grandes modificações em relação ao ano passado de um evento que já era fantástico, os espaços, o visual, a maneira como estão colocadas as quadras, a vila. É um excelente evento que pode inspirar outros a aprenderem com ele”, apontou.
Iain está na liderança do esporte pela entidade que rege o Beach Tennis desde 2008 e destaca as melhorias que vem buscando implementar.
“Comecei o trabalho no início do ano passado, que foi uma temporada para me adaptar. Em 2024 queríamos realizar o Sand Series Tour Finals, conseguimos graças ao apoio da CBT, ao Bruno Ferreira e sua equipe, e ao investimento do governo local do Distrito Federal. O objetivo para esse ano era melhorar a premiação dos Sand Series. Agora é o momento de olhar para a nova geração e a parte dos jogadores com o circuito juvenil, fazendo algumas melhorias de padrões mínimos para os eventos tops como nos Sand Series e buscando fazê-los dar mais engajamento aos fãs.”
A questão do calendário é uma das pautas que o dirigente vem buscando aperfeiçoar para tornar o esporte mais forte em todo mundo. Novos locais com torneios grandes e até uma similaridade com o começo de temporada na Austrália e na Ásia.
“Estamos analisando algumas lacunas no calendário onde podemos, de forma estratégica, incluir mais um ou dois torneios. Os meses de janeiro e fevereiro, por exemplo, ainda estão muito abertos, assim como parte de março. Seguindo a lógica do circuito tradicional do tênis, faz sentido começar pela Austrália e Ásia, mercados importantes que merecem nossa atenção, e, em seguida, avançar para o Oriente Médio e os Estados Unidos, regiões onde ainda temos espaço para crescer. Nosso objetivo é justamente esse: tornar o Beach Tennis um esporte verdadeiramente global.”
“Atualmente, cerca de 60% do calendário está aqui no Brasil, com oito ou nove torneios BT 400 realizados no país, além da Copa do Mundo e do Tour Finals sediados aqui. A CBT e os governos locais têm feito um trabalho fantástico ao criar essa série de eventos que impulsionam o Beach Tennis. No entanto, para que o esporte se torne verdadeiramente global, precisamos expandir para outros territórios, permitindo que outros países e continentes aprendam com o modelo bem-sucedido da CBT e dos torneios brasileiros. A partir daí, será possível atrair investidores e organizar eventos maiores em novas regiões, acelerando o crescimento do Beach Tennis pelo mundo.”
Ao todo são 12 torneios BT 400, a maioria deles no Brasil e mais oito Sand Series, sendo três em território nacional. Uma novidade é o Sand Series de Matosinhos, em Portugal, que acontece em julho: “Portugal será o terceiro torneio Sand Series com premiação de US$ 100 mil, depois das Ilhas Reunião, que aconteceu há poucas semanas. A chegada de Portugal é muito encorajadora, especialmente porque a Europa não conta com torneios desse porte, exceto o Campeonato Mundial na Itália. Ter um evento desse nível no mercado europeu é um passo muito importante para o crescimento do Beach Tennis na região. Portugal mantém uma forte ligação com o Brasil, e a comunidade da modalidade está acompanhando de perto essa novidade. Estamos empolgados, pois o torneio acontecerá durante a segunda semana de Wimbledon, em julho.”